guns ain't roses

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cidadania e participação social - Enem 1999

Na antiga Grécia, cidadão era aquele que era nascido na cidade e e não era escravo(foi assim durante um período de tempo). Tempos depois, surge a percepção de que cidadão é aquele ser registrado no cartório. Com o passar dos anos, durante a primaveras das democracias, forjou-se um novo conceito de cidadão: um ser com ideais políticos e engajado, um ser ativo. A questão é : isso é apenas um bonito ideário? Como tornar a utopia, uma realidade?
Para responder essa pergunta, voltamos à Grécia Antiga. No modelo de sociedade proposto por Platão, os que governavam a cidade eram os que passavam a maior parte da vida estudando com afinco. Fazendo uma breve ligação com a sociedade atual, o governo da democracia é “do povo”. Não seria lógico então que aplicando a lógica platônica de “politéia”, ou seja, de uma cidade perfeita, que o povo fosse então mais instruído? Buscando um patamar de realidade atingível, o povo ao menos não deveria ser instruído de sua função política? E ainda partindo desses preceitos, a instrução não deveria começar desde a juventude? Porque segundo esta realidade concebida pelo filosofo grego cada um mostrava durante a vida uma pré-disposição (as chamadas almas de ouro, prata e bronze) e assim cada um atuava na pólis como lhe cabia. Certamente, conhecendo desde a juventude um determinado contexto, o discernimento clareia os pensamentos de uma determinada pessoa sobre infinitos assuntos. Adaptando para realidade atual, podemos dizer que o cidadão que conhece desde cedo sua realidade sabe mais cedo o que deve fazer nessa sociedade para atingir o status de “politéia” ou mesmo de “governo do povo” no sentido literal e não apenas figurado como vem sendo há décadas.

Além desse embasamento filosófico, a ideia de ter o jovem como pilar dessa sociedade está intimamente ligado com a natureza revolucionária incutida em cada adolescente. Em um período cheio de mudanças e com os hormônios trabalhando para que o humor mude com frequência, é natural que o jovem se revolte e tenha vontade de deixar sua marca na história. Comodismo é um mal de adultos. Será? Será mesmo que com o pouco que temos feito seremos a mudança que queremos ver em nosso país? Será que temos consciência que a sociedade que temos hoje é um retrato das escolhas da geração de nossos pais? Será que cairemos nas máximas imortalizadas por Elis Regina que diziam “Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”?
Será que nos acomodaremos na marginalização e em meio de tanta sujeira não teremos voz para sermos ouvidos?

No entanto, o futuro é incerto e o que resta é que mais uma vez os jovens tenham sua vez de interagir com o mundo. A participação social é um direito do jovem para que ele possa exercitar sua cidadania e não cair no abismo da alienação. Os jovens afinal são o futuro da nação...

Um comentário:

Ferds disse...

Essa foi sua redação de 99 ?

Acho q os adultos não são comodados, acho q apenas no momento tem q se preocupar com vidas frágeis.

Isso dificulta correr riscos