guns ain't roses

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domingo, 26 de junho de 2011

Roda moinho, roda-gigante

Sou incostante. Ora quero muito algo, ora quero me ver longe disso.
Indecisão é meu segundo nome e quer me ver irritada é me botando pra decidir qualquer coisa (do filme que vou ver ao vestibular que vou prestar). Mas de uns tempos para cá eu decidi que eu pararia de correr das minhas escolhas e pararia de me enganar. De agora em diante, vou encarar a verdade.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O desafio de se conviver com as diferenças - Enem 2007

“As diferenças são o que dão sabor às relações”. Essa é uma resposta comum quando se há um atrito entre um grupo de pessoas. Ideias diferentes, pontos de vista diferentes e mesmo preceitos morais diferentes levam um grupo de uma educada exposição de pontos de vista à uma acalorada discussão. O tal sabor dado pelas diferenças estimula um bom debate, mas também pode gerar as famosas “diferenças irreconciliáveis” que levam um casal a separar, conflitos armados no Oriente Médio e ao preconceito racial (velado como aqui no Brasil). Mas seriam realmente as diferenças as culpadas por tantos desentendimentos? Como uma sociedade que consegue unir suas diferenças e transformá-las em um adocicado sentido da vida, consegue ao mesmo tempo transformá-las no lado mais amargo da vida de muitos cidadãos?
Difícil saber quando começamos a elucidar sobre o que temos e o que não temos em comum com as pessoas que nos rodeiam. Talvez esses conflitos psicológicos nasçam um pouco depois da pré-escola, naquela fase em que a criança começa a escolher como amigo o garotinho com o maior número de carrinhos. A criança cresce em seu domo, conhecendo apenas seu mundo e acreditando que ‘seu’ mundo é o mundo padrão. Ledo engano. Ao tornar-se adolescente, a alienação continua e em algum momento criou-se o nome “bullying” para todo o ato de crueldade cometido com aquele que sofre por ser diferente do padrão, seja o mais gordinho, seja o nerd, seja o com sotaque diferente. Identificar o bullying é bom, mas ainda é muito pouco uma vez que seu combate só abrange aquele minúsculo círculo e resolve aquela ínfima parte do problema social que nós temos. Não resolvemos um terço do problema de preconceito que a sociedade acredita ter, isso sem contar o que ela realmente tem porém esses são os primeiros passos em direção ao convívio harmônico.
É uma complicada missão, a de aceitar ideias e modelos que os que se opõe aos criados por nosso próprio sistema nervoso. Questões históricas como os conflitos que permeiam o Oriente Médio são um caso muito comum ao se falar de diferenças que ultrapassam a barreira da comodidade do círculo de amigos. Esses conflitos separam famílias, matam pessoas e certamente levarão anos a serem resolvidos. Veja o caso de Israel e Palestina. Antes mesmo da questão diplomática é preciso pensar nas duas populações que cultivam o ódio uma pela outra há muitos anos e não são incentivadas por seus governantes a procurar conhecer a cultura de seu "inimigo" e nem seus motivos. Será que existiriam esses conflitos se eles buscassem se conhecer? Ou mesmo se houvesse um incentivo mínimo dos seus respectivos governantes à tolerância?
A tolerância precisa ser cultivada dentro da família, escola e desde a infância. Como já foi citado nesse texto, é na infância que começamos a descobrir quem somos, por isso, devemos mostrar a nossas crianças que as diferenças estão no mundo para que se haja um troca de experiências rica que proporcione a cada um ganhos. Não devemos esquecer que no mundo atual a tolerância é fundamental para obtermos sucesso no trabalho, em relacionamentos afetivos e em relações de amizade. A tolerância é o caminho para que cada um tenha a liberdade de ser o que é, gostar do que gosta e viver do jeito que vive seja judeu, árabe, branco, negro, homossexual, heterosexual, goste de rock, goste de pagode, viva no Brasil ou nos Estados Unidos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Análise antropológica das muletas




...Ou minha semana engessada


Venho declarando nesse blog há muito que estou ganhando minha independência aos poucos .Essa semana me vi em uma situação que está me fazendo questionar toda essa independência: estou engessada. Coisa boba, um joelho virado durante uma aula de dança e nada demais (ou assim espero). Junto do gesso que cobre minha perna direita inteira (e as muitas obras de arte nele inscritas), vieram as muletas. Muletas são objetos frios moldados para servirem de apoio quando você não consegue andar sozinho. Muleta é uma ajuda inesperada quando você não consegue carregar seus livros e descer as escadas. Muleta é um sorriso de apoio bobo.


Foram as muletas que me fizeram questionar tudo. Passei dois dias inteiros pedindo incessantemente por muletas e acreditanto que elas seriam a solução do meu problema. Achei que minhas muletas representariam novamente a independência de andar de um lado para o outro, mas me enganei. Minhas muletas físicas mal me ajudam a chegar até o banheiro e na verdade, não me libertaram das minhas muletas humanas. Sem minhas muletas humanas, eu nada seria.



Por isso essa semana pensei muito em como é maravilhoso ser 'independente' para fazer coisas simples como sair do inglês e voltar ao colégio sozinha e fiquei imaginando também como é dura a realidade das pessoas que sofrem com isso permanentemente. Também pensei em como é bom ter amigos e familiares sendo minhas muletas humanas nessa situação. Fico pensando se eu faria o mesmo se eles estivessem na minha situação.



No mais, obrigado a minhas muletas humanas e espero não precisar mais de muletas físicas de novo.